Sobre Bitcoin – Maíra das Neves e Pedro Victor Brandão, 2014
Apresentado durante a implementação de the þit.
O Bitcoin (฿) é uma tecnologia e uma moeda corrente baseada em computação distribuída. Ele é descentralizado, digital e global. Bitcoins são criados sem controle de bancos ou Estados, são negociados online e podem ser gastos em todo o mundo. Todas as transações são rápidas e custam pouco.
Todo Bitcoin (ou qualquer quantia de Bitcoins) tem uma localização na web (endereço) e um código de acesso restrito (chave privada). Todo endereço tem um saldo, a qualquer momento. Esse saldo pode ser visto por qualquer um na rede através de um sistema inovador chamado blockchain, mas os Bitcoins só podem ser gastos por quem possui a chave privada de cada endereço. “Armazenar Bitcoins” significa manter chaves privadas em lugar seguro onde o titular possa acessá-las a qualquer momento. Esse armazenamento é chamado de carteira.
Quando uma transação é feita, você fornece a quantia que deseja enviar junto ao endereço para o qual você deseja enviar e assina essa transação com a sua chave privada – todos esses elementos são dados que são transmitidos pela rede (exceto os detalhes da sua chave privada). Essa transação passa por um processo de verificação complexo para assegurar que você realmente possui os Bitcoins a serem gastos, e que eles chegarão intactos à carteira do destinatário.
Cada endereço é como um cofre de vidro: todos podem ver o que há dentro, mas somente você tem a chave privada para abri-lo e realizar transações. Você pode armazenar seus Bitcoins online, no seu computador ou no seu smartphone através de programas específicos. Os endereços e as chaves privadas são longas sequências de letras e números, como essa:
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Existem, basicamente, três maneiras de adquirir Bitcoins. Você pode comprá-los com moedas fiduciá-rias (EUR, USD, BRL) ao fazer uma transferência bancária para uma bolsa de câmbio online. Outra maneira é se conectar à rede e fornecer certa quantidade de poder computacional para realizar o processo conhecido como mineração. Você também pode receber uma transferência direta de alguém.
Um desenvolvedor (ou grupo de desenvolvedores) com o pseudônimo de Satoshi Nakamoto criou o algoritmo original do Bitcoin e o publicou num fórum de discussões em 2008. No entanto, a moeda em si é criada, negociada e controlada pelos próprios usuários do Bitcoin, e não por uma autoridade central, tal como um banco ou um governo.
Os Bitcoins são baseados no princípio de verificação pública de transações: se muitos usuários vêem que um certo número de moedas foram transferidas de A para B, então essa transação é verificada e gravada em um livro razão (blockchain). As pessoas que fazem essa contabilidade virtual são chamadas de mineradoras. Elas tem dois papéis cruciais: a manutenção da segurança do sistema e a criação (mineração) de novos bitcoins.
Cada transação em Bitcoins é encriptada em um problema matemático a ser processado pelo minerador. Esse trabalho envolve milhões de cálculos por minuto e requer, portanto, um potente equipamento de mineração (ou “rig”).
No contexto de uma transação, minerar significa achar a prova matemática de uma transferência de Bitcoin e associá-la com outras transações dentro de um bloco.
Um bloco contém muitas transações (as dos últimos dez minutos). Quando todas essas transações são confirmadas como válidas, diz-se “um bloco foi minerado”. Um novo bloco é o resultado desse esforço computacional descentralizado de muitos “rigs” operando pelo mundo.
Os mineradores fazem esse trabalho por uma recompensa, ou seja, por um número fixo de Bitcoins criados através da mineração de um novo bloco. O primeiro minerador (ou associação de mineradores) a achar o bloco recolhe a recompensa (atualmente 25 Bitcoins). À data de hoje, as recompensas dos blocos são a principal fonte de renda dos mineradores – e a única forma de criar novos Bitcoins. Qualquer um pode se tornar um minerador ao construir um “rig” de mineração e ao dedicar tempo, empenho e dinheiro (relativo aos custos de equipamento e energia) para estar conectado a uma associação de mineradores e passar a confirmar blocos.
Essa tecnologia transgressora tem código aberto. Qualquer usuário com habilidades em programação pode criar uma nova cripto-moeda. Até agora existem mais de 130 cripto-moedas alternativas ao Bitcoin circulando pela Internet.
Em websites como https://coinality.com/, https://coinmap.org/ e https://bitcoin.travel/, você pode descobrir onde Bitcoins são aceitos. Plataformas como https://coinfunder.com e https://ethereum.org/ estão usando o conceito de consenso distribuído para criar novas bases de relações econômicas e sociais de poder descentralizado. A Portas Vilaseca Galeria está, a partir de agora, aceitando Bitcoins e Litecoins para a aquisição de trabalhos. Os artistas Maíra das Neves e Pedro Victor Brandão buscam aplicar essa tecnologia para criar recursos além das fontes regulares, e usá-los para interesses comunais, ao invés dos usos ilícitos e egoístas normalmente associados à moedas virtuais e em espécie.
• Para baixar uma carteira, você pode escolher um dos links abaixo:
Coin Pocket: iPhone – https://itunes.apple.com/us/app/id885640234?mt=8
Bitcoin Wallet: Android – https://play.google.com/store/apps/details?id=de.schildbach.wallet
Bitcoin Core: Mac, Linux, and Windows – https://bitcoin.org/en/download
MultiBit: carteira leve de instalação rápida para Mac, Linux, and Windows – https://multibit.org
Blockchain: armazenamento online – https://blockchain.info/de/wallet
• Listamos abaixo três bolsas de negociação de Bitcoins, onde você pode abrir uma conta
https://bitstamp.net (Reino Unido e União Europeia)
https://coinbase.com/ (EUA)
https://mercadobitcoin.com.br (Brasil)
• Outros links de interesse:
https://bitcoinwisdom.com – Gráficos em tempo real com o preço do Bitcoin nas bolsas de negociações.
https://en.bitcoin.it/wiki/Main_Page – Uma wiki com informações sobre cripto-moedas.
https://bitcointalk.org/ – Fórum de discussões com múltiplas seções para discutir cripto-economia.